Por: Milly Lacombe
11/11/2024 - 15:15:08

Acabou-se o que era doce. Dois mil e vinte e três foi um ano de glórias. O Flamengo e seu elenco estrelar não ganharam nada e tropeçaram grandiosamente em jogos supostamente fáceis.

 

 Alegria-alegria.

Na infância, a gente não aprende apenas a amar um time; a gente aprende a detestar um outro. O que não ensinam - mas deveriam - é que o oposto do amor não é a raiva, mas a indiferença. Quando gastamos nosso tempo secando um rival, a gente indica que se importa com ele - e essa é a verdade indizível… 

Zico, Tita, Junior e Adílio me fizeram chorar alguns rios. Lá dentro do meu coração de criança eu não sabia organizar o que sentia. Tristeza, claro, mas também um tico de admiração. Como jogavam bola. Como levantavam a torcida. Trancada no banheiro, eu apenas me entregava ao pranto. Só que a tristeza não estava sozinha dentro de mim - e isso eu levei anos para entender… 

 

Dois mil e vinte quatro deveria ter acabado com um estadualzinho e boa. Mas não. Trouxeram Filipe Luís e tudo foi por água abaixo.

 

Dois títulos. O único time até aqui a levantar duas taças esse ano. Inferno.

 

Pior é pensar que 2025 promete ser ainda pior. Felipe Luís com tempo para preparar o elenco, implantar sua filosofia, recuperar os anos perdidos.

 

Enfim. Seguimos. Que alternativa temos? Parar de secar, jamais. De certo mesmo só a certeza de que um dia nós, os secadores, voltaremos a sorrir…


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