Por: André Biernath
20/06/2018 - 16:38:47

Notícia falsa que circula na internet orienta as pessoas a não usarem um tipo desse analgésico. Fomos averiguar o que a ciência diz sobre o assunto.

“Aviso urgente! Cuidado para não tomar o paracetamol que vem escrito p-500. É novo, muito branco e brilhante brilhante [sic]. Os médicos provam que contêm o vírus Machupo, considerado um dos vírus mais perigosos do mundo com elevada taxa de mortalidade”. Esse é um trecho de uma mensagem que tem circulado nas redes sociais nas últimas semanas (veja abaixo). A postagem ainda traz uma série de imagens alarmantes e, diga-se, de extremo mau gosto.

Para tentar saber o que há por trás dessa história, conversamos com o farmacologista Marcelo Muscará, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). O expert garante que não há um pingo de verdade nessa informação. “A indústria farmacêutica tem um controle de qualidade muito rígido e uma coisa dessas nunca poderia acontecer sem passar despercebida”, esclarece.

E tem mais: um blister e uma caixa de papelão fechada não são lá o melhor lugar para um vírus chamar de casa. “Ele não consegue sobreviver por muito tempo num ambiente seco, como um comprimido. Essas formulações têm menos de 1% de água”, acrescenta Muscará. Além disso, o medicamento tem uma série de outros componentes junto com o princípio ativo que servem para estabilizar a fórmula, como sorbitol e manitol. Essas substâncias não permitiriam que um agente infeccioso se estabelecesse por ali.

De acordo com o site Boatos.org, uma versão parecida dessa fake news circulou há alguns anos em Moçambique. Na ocasião, o paracetamol “estaria infectado” com o ebola. Como havia um pânico geral em relação a esse vírus no continente africano, é natural que a baboseira se alastrou como fogo pelas redes sociais de lá. 

 


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