Um vídeo que registra o momento em que o senador José Sarney (PMDB-AP) aparentemente digita o número 45 (do tucano Aécio Neves) em uma urna eletrônica em Macapá (AP) no último domingo está correndo a internet. Acesse o seguinte link para assistir: http://www.youtube.com/watch?v=oVB0_07mw1A.
Sarney, que é aliado do PT e apoiou formalmente a reeleição da presidente Dilma Rousseff, negou que tenha votado no tucano.
Segundo a assessoria de imprensa do senador, o vídeo é falso e faz parte do “jogo sujo” que marcou a disputa eleitoral nas redes sociais.
O senador lembrou que o Maranhão, governado por sua filha, Roseana, foi o Estado onde Dilma teve o maior porcentual de votos no 2º turno, 78% contra 21% do tucano.
O vídeo que viralizou nas redes sociais é uma ampliação da reportagem exibida domingo pela TV Amapá, retransmissora da TV Globo no Estado. Nele, aparecem apenas a mão, a urna eletrônica, o local da votação e um paletó bege com adesivos de Dilma e do candidato do PDT ao governo do Amapá, Waldez Góes, eleito com apoio de Sarney.
Não é possível enxergar o rosto do eleitor. A imagem mostra que o eleitor chegou a encostar o dedo na tecla de número “1”, titubeou e acabou digitando 45 e confirma.
Os rostos de Aécio e seu vice, Aloysio Nunes Ferreira, aparecem na tela.
Semelhanças
Embora Sarney negue a autenticidade do vídeo, uma comparação com a cena original feita pela TV Amapá, mais aberta, na qual aparece o rosto do senador, mostra várias semelhanças. O terno e os adesivos são iguais aos de Sarney. A posição dos dedos e o ritmo da digitação também são idênticos nos dois vídeos, assim como a disposição dos móveis no local de votação.
A TV Amapá não comentou o uso das imagens. Na segunda-feira, 27, Dilma chegou a telefonar para agradecer aos Sarney o apoio na disputa eleitoral.
Amizade
Sarney tem amizade pessoal com Aécio. O maranhense foi vice de Tancredo Neves, avô do tucano, e assumiu a Presidência no lugar dele, em 1985.
Em passagem por São Luís, no início da disputa eleitoral, Aécio fez questão de salientar que embora apoiasse Flávio Dino (PCdoB) para o governo do Maranhão, não endossaria as críticas aos Sarney, em nome da relação pessoal.
Além de negar a autenticidade do vídeo, a assessoria de Sarney disse que o senador, por enquanto, não pensa em tomar providências legais em função da suposta violação do sigilo de seu voto.