A estudante do Programa de Pós-Graduação em Ciências e Saúde da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Lourena Costa apresentou em sua tese uma vacina contra a leishmaniose – doença causada por parasitas protozoários de mais de 20 espécies diferentes de Leishmania, e mata mais de 50 mil pessoas todos os anos.
"Já existe a Leish-Tec, vacina desenvolvida também na UFMG, para cães. A pesquisa realizada em meu doutorado traz, pela primeira vez, uma vacina de amplo espectro capaz de induzir uma proteção imune frente a diferentes espécies de Leishmania", explica ela.
A tese "Biotecnologia de phage display" foi vencedora do Grande Prêmio UFMG de Teses na área de Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências e Saúde. No trabalho, Lourena testou os antígenos que podem ser usados no desenvolvimento de vacinas e métodos para diagnosticar a leishmaniose visceral, humana e canina.
A ideia é que a vacina desenvolvida pela estudante seja testada em 2018, primeiro em hamsters, e em um futuro próximo em cães, para só depois serem feitos testes em primatas e humanos.
Para desenvolver a vacina, a pesquisadora utilizou a ferramenta de phange display, uma técnica de clonagem da biologia molecular que possibilita a seleção e o isolamento de vetores gerados de bibliotecas e genomas. Por meio de fagos, ou sejam, vírus que infectam apenas bactérias, a técnica investiga o comportamento das proteínas e o rastreamento de antígenos.
De acordo com Lourena, a partir do método, "foi possível separar amostras de pessoas sadias ou que têm outras doenças, como Chagas, cujo diagnóstico é comumente confundido com o da leishmaniose".