Por: Redação Atlântica News
19/10/2016 - 23:38:44

O ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso preventivamente nesta quarta-feira (19), em Brasília, pela operação Lava Jato, acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

A decisão foi do juiz Sérgio Moro. Segundo a Polícia Federal (PF), Cunha foi preso na garagem de um edifício e levado para Curitiba.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Cunha não poderia estar em liberdade porque representa risco à instrução do processo e à ordem pública. "Há possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior e da dupla cidadania”, argumentaram os procuradores. Cunha tem passaporte italiano e patrimônio oculto de cerca de US$ 13 milhões que podem estar em contas no exterior.

Segundo a PF, Eduardo Cunha atrapalhou as investigações das seguintes maneiras:

– Requerimentos no TCU e à Câmara sobre a empresa Mitsui para forçar o lobista Julio Camargo a pagar propina;

– Requerimentos contra o grupo Schahin, cujos acionistas se tratavam de inimigos pessoais do ex-deputado e do seu operador, Lucio Bolonha Funaro;

– Convocação pela CPI da Petrobras da advogada Beatriz Catta Preta, que atuou como defensora do lobista Julio Camargo, responsável pelo depoimento que acusou Cunha de ter recebido propina da Petrobras;

– Contratação da KROLL pela CPI da Petrobras para tentar tirar a credibilidade de colaboradores da Operação Lava Jato;

– Pedido de quebra de sigilo de parentes de Alberto Youssef, o primeiro colaborador a delatar Eduardo Cunha;

– Apresentação de projeto de lei que prevê que colaboradores não podem corrigir seus depoimentos, como fez o lobista Julio Camargo, ao delatar Eduardo Cunha (refere-se ao projeto de lei de autoria do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), um dos membros da tropa de choque que o ex-deputado federal Eduardo Cunha liderava);

– Demissão do servidor de informática da Câmara que forneceu provas que evidenciaram que os requerimentos para pressionar a empresa Mitsui foram elaborados por Cunha, e não pela então deputada “laranja” Solange Almeida;

– Suspeita do recebimento de vantagem indevida por emendas para bancos e empreiteiras;

– Manobras junto a aliados no Conselho de Ética para enterrar o processo que pede a cassação do deputado;

– Ameaças relatadas pelo ex-relator do Conselho de Ética, Fausto Pinato (PRB-SP);

– Relato de oferta de propina a Pinatto, ex-relator do processo de Cunha no Conselho de Ética.


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