A lista ia da elaboração e impressão de material até os equipamentos de uso nas aulas, como alicates. Esses são só alguns dos itens que o professor Luiz Machado, do Instituto Federal da Bahia (Ifba), precisa ter para manter o curso Diretoria de Gestão da Tecnologia da Informação (DGTI) Social em funcionamento. No ano passado, com atendimento gratuito para 128 moradores de Salvador, os custos chegaram a R$ 20 mil ao longo de seis meses.
Mas, para 2019, a previsão não é boa. Depois de colocar o orçamento na ponta do lápis, o professor Luiz já percebeu: o curso não deve acontecer este ano. Pelo menos, não depois que o Ministério da Educação (MEC) anunciou que os cortes nas instituições de ensino superior – que começaram especificamente com três universidades, incluindo a Federal da Bahia (Ufba) – seriam ampliados também para os Institutos Federais.
Com 30% do orçamento de custeio bloqueado, as contas de água, luz, telefone, limpeza e vigilância do Ifba estão ameaçadas. Mas não só isso: não vai haver verba para projetos como o DGTI Social – cujo recurso vinha diretamente dessa rubrica. Na prática, o bloqueio sobre os valores de funcionamento chega a 38%, porque não afeta a assistência estudantil – ou seja, R$ 24 milhões dos 61 milhões previstos estão fora do alcance da instituição.
No Instituto Federal Baiano (IF Baiano), o drama é parecido. Com o bloqueio também na casa dos 38%, a instituição já não pode contar com R$ 15,6 milhões do orçamento previsto inicialmente. Nesta segunda-feira (6), o reitor Aécio José Araújo teve que agir rápido: suspendeu um edital de estímulo à produtividade de pesquisa e inovação lançado no mês passado.
A proposta inicial de conceder R$ 90 mil em bolsas, cujo montante viria do orçamento de custeio, não teria como se manter.
“Se o bloqueio virar corte, nós teremos um impacto muito sério. Com o que estava aprovado na LOA (Lei Orçamentária Anual), nós conseguiríamos adotar e terminar o ano com responsabilidade fiscal. Com o corte, a gente vai ter que diminuir atendimento. A maioria das nossas unidades não chega ao final do ano”, adiantou Araújo.
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