Por: Redação Atlântica News
23/07/2016 - 07:19:56

Alunos do nível médio integrado do Instituto Federal da Bahia (IFBA) campus de Eunápolis firmaram campanha contra as atitudes do reitor da instituição, Renato Anunciação, que, segundo o movimento estudantil e professores, tem tomado decisões arbitrárias desde que assumiu a reitoria.

Dentre as insatisfações dos estudantes está a redução, sem o consentimento deles, da duração do curso integrado, que será reduzida de quatro para três anos. “Ele resolveu, em 24 de maio de 2016, através da Resolução 30 do CONSUP - Conselho Superior - aprovar um documento que até então era conhecido por nós como sendo uma orientação pedagógica, mas que ao ser aprovado se tornou uma Instrução Normativa por motivo e forma que desconhecemos. Além de aprovar a ‘Instrução Normativa para a Reformulação Curricular da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, forma Integrada’, ele determinou, através do artigo 2 da mesma resolução, que essa medida seria promovida pela direção geral de todos os campi do IFBA para ter vigência a partir de 2017”, afirmou o movimento ao Atlântica News.

Uma equipe pedagógica da reitoria esteve no IFBA Eunápolis de segunda-feira (18) a quarta, quando fez o anúncio da redução do curso, ao que os estudantes reagiram com protestos durante os três dias, segundo um profissional da educação. Conforme esse profissional, outra atitude do reitor que está sendo duramente criticada é a adoção de pontos eletrônicos para os professores

“Como ele [o reitor] vai mensurar o período de trabalho de um professor? Ele está tratando esse profissional como se fosse um funcionário administrativo, mas só pelo fato de em casa o professor pensar um tema para a aula, o que ocorre o tempo todo, ele está trabalhando”, disse. “Ele não pensou também que o IFBA não tem estrutura para ter todos seus professores ao mesmo tempo usando os espaços. Uma sala com oito computadores vai dar conta de recebê-los durante todo o dia?”, avaliou.

O movimento estudantil criou uma página no Facebook para relatar os problemas da instituição (https://www.facebook.com/movIF). “Essa página foi criada só porque o nosso diretor e os nossos meios oficiais de comunicação (site e redes sociais do campus), não podem divulgar nossa manifestação. Não sei porque, mas é mais uma forma de censura para nós, estudantes”, contou um dos estudantes.

Confira a nota formulada pelos alunos do IFBA Eunápolis:

“Através de documentos repassados pelo Grêmio Estudantil no início de julho, soubemos que estávamos de frente a uma situação que não esperávamos. A eminente reformulação curricular dos cursos integrados nos IF da região nos pegou de surpresa, uma vez que não estávamos cientes da construção desse projeto e ainda mais porque a chamada ‘Resolução 30” já foi aprovada, diante disso em assembleia decidimos pela escrita desta carta apresentando os motivos pelos quais não concordamos com essa reformulação.

Com a leitura do documento ‘Orientações pedagógicas para a reformulação dos cursos de nível médio, forma integrada’ e principalmente da análise de um quadro que apresenta as principais características da organização acadêmica e da estrutura 

curricular que substituirá nossa atual conjuntura, percebemos que este não condiz com nossa realidade.

Num Instituto como o nosso no qual existem aulas e cursos sendo realizados e, todos os horários, seria inviável a opção de que os alunos do integrado estudem nos turnos matutino e vespertino, por que: algumas turmas do ensino superior utilizam nossas salas no turno oposto (vespertino); O restaurante não possui estrutura para acomodar todos os alunos, principalmente pela tarde; Nem todos os alunos são moradores da cidade de Eunápolis o que os impossibilita de permanecer na escola até certos horários devido ao transporte; Haverá uma redução drástica nas características de extensão e pesquisa do Instituto; Sobrecarga de tempo no campus; Dificuldades na realização de estágios.

A partir de nossas análises, concluímos que a realização dessa nova estrutura através das opções apresentadas no documento redigido pela reitoria não é viável e desejamos mostrar com essa carta que não concordamos e queremos uma reanálise desta decisão em virtude da realidade do nosso campus e de todos os outros de toda a Bahia”.

 

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